terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sobre o (ser) jogador


No Xadrez é tolice ser impulsivo. É preciso ser oportunista e reverter o quadro quando o oponente vem a falhar. Ser calculista em pensar no mínimo dois passos adiante. Ser estrategista em minar as
forças do oponente e não se deixar intimidar. Cautela e raciocínio constantes. Agressividade comedida... Mas que raios seria uma agressividade comedida?! Entendo como uma necessidade de impor-se mantendo o respeito porque é fato: deixar alguém pisar em você acarreta em pisarem. É complicado lidar com essa psicologia de Cristo de oferecer a outra face. Ninguém aprende batendo mais do que apenas a bater. Agora quem apanha aprende muito mais do que apenas a apanhar. Ademais, jogar xadrez me fez ponderar além do jogo em si. Sou um homem ligado a metáforas. Jogar xadrez exige não apenas pensar... E sim pensar muito além de agir em seguida. É inútil ficar parado no sentido literal da vida. Aprendendo este jogo lidei com a minha natureza de nativo de Áries: impulsivo, agressivo e até inconsequente. Mais difícil do que reconhecer seus próprios defeitos é agir contra eles se porventura eles são traços muito fortes de sua própria personalidade, e como eu disse, fazem parte da sua dita natureza. Ponderei também que é preciso (por muitas vezes) ser oportunista e aproveitar as chances que surgem para sairmos, nos esquivarmos de tristezas, coisas ruins no geral. Mas o melhor oportunista é aquele que cria, proporciona suas próprias oportunidades. Napoleão dissera: “A capacidade pouco vale sem oportunidade”. Mas se a oportunidade não chega explicitamente o mínimo a se fazer é procura-la. Além de pensar no futuro é preciso calcular alguns passos por mais que alguns cálculos sejam inúteis. Sempre haverá coisas que valem a pena e outras não. Só posso associar algumas coisas do jogo de xadrez à vida real. Sentir-me-ia um tolo metaforizando: - a vida é um jogo de xadrez. Eu escreveria isso se fosse um psicopata. Sou bipolar, é diferente. Sou uma pessoa altamente sugestiva a suas emoções. Contudo, gosto de pensar muito assim como um poeta faz. Só que apenas ser poeta não é suficiente para eu sobreviver. Eu tenho que ser um jogador na vida real e vencer coisas e pessoas inimagináveis. E há uma coisa que eu gostaria de poder fazer nesta vida assim como faço ao jogar xadrez ao computador: Ctrl Z.

                                                                                              (Ivo Cardoso)

Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. definitivamente, odeio xadrez....
    agente sempre pensa que sabe jogar, mas indizivelmente estamos alí aptos a receber um xeque mate

    ResponderExcluir